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Moro busca apoio de aliados de Bolsonaro e da terceira via para a eleição em 2022

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22.11.21



Entre os governadores na mira do ex-juiz, está Ratinho Júnior, do Paraná
Por Agência O Globo

Sergio Moro - Foto: arquivo
Na disputa para se cacifar como candidato da terceira via ao Palácio do Planalto, o ex-ministro Sergio Moro, que se filiou ao Podemos, tenta atrair bolsonaristas arrependidos e até apoiadores mais ferrenhos do presidente da República. Entre os governadores, um dos nomes no radar é Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, estado natal da Operação Lava-Jato e do ex-magistrado.

Aliado de primeira hora, desde a eleição de 2018, Ratinho dá sinais, às vésperas do ano eleitoral, de que pode romper com o bolsonarismo e apoiar Moro, a depender das alianças nacionais do PSD. O paranaense mantém conversas com o Podemos, dentro da estratégia de lançar a candidatura de Álvaro Dias (Podemos) ao Senado com o seu apoio.

Há cerca de um mês, a insatisfação da base bolsonarista com Ratinho ficou evidente durante um evento ao lado do presidente. Ao discursar, foi vaiado ininterruptamente, o que a equipe do governador interpretou como um alerta sobre a relação com Bolsonaro.

O PSD ainda estuda se lança o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), ao Planalto ou se fecha apoio a outro candidato. Enquanto o PSD não define a estratégia nacional, Ratinho se aproxima do Podemos, mas não descarta uma chapa puro-sangue no estado.

O governador do Paraná é apenas um dos aliados do presidente que Moro tenta atrair. Durante a cerimônia de filiação do ex-juiz ao Podemos, ex-ministros, ex-bolsonaristas e atuais defensores do governo federal ocuparam as primeiras fileiras do evento.

Estavam na plateia os deputados federais Julian Lemos (PSL-PB), Luis Miranda (DEM-DF), Júnior Bozella (PSL-SP), Professora Dayane Pimentel (PSL-BA) e Joice Hasselmann (PSDB-SP) — considerados traidores pela base do presidente — e os deputados do Novo Marcel van Hattem, Adriana Ventura e Alexis Fonteyne, apoiadores de ações e declarações de Bolsonaro.
Ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, o general Carlos Alberto Santos Cruz já aderiu a Moro e atua para aproximar outros militares do ex-juiz. Outro ex-ministro do presidente, Luiz Henrique Mandetta (Saúde) também é apontado como possíveis apoiador de Moro.

Eleita na onda bolsonarista pelo PSL, Dayane Pimentel rompeu com Bolsonaro por não concordar com a articulação do presidente de indicar o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para assumir a liderança do PSL na Câmara. Ela diz que não se arrepende de ter apoiado o mandatário, mas que são notórias as diferenças entre os dois.

— Eu não me arrependo de minhas intenções porque sei que foram, e ainda são, as melhores. Quando acreditei em Bolsonaro, acreditei que ele fosse a personificação de um projeto estadista. Mas esse projeto foi inviabilizado justamente por ele, é irônico, mas é a realidade — conta.

Moro também foi citado publicamente de modo positivo por dois senadores, Eduardo Girão (CE) e Marcos do Val (ES). Ambos foram defensores do governo na I da Covid e, agora, se aproximam do ex-juiz.

“(Moro) ressaltou a necessidade de diálogo para unir o país, a importância de enfrentar a corrupção, o retorno da prisão em 2ª instância, o fim da reeleição e do foro privilegiado”, postou Girão sobre o discurso de Moro na cerimônia de filiação ao Podemos.

ELEIÇÕES 2022: Ex-juiz Sérgio Moro diz que está 'preparado' para ser presidente

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18.11.21


crédito: Agência Brasil/Reprodução
Recém-filiado ao Podemos, o ex-juiz Sérgio Moro está “preparado” para ser presidente. O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro afirmou que está “pronto” para liderar o projeto, se o povo brasileiro o escolher nas eleições do ano que vem.

“Estou pronto para liderar esse projeto consistente com o povo brasileiro. Se o povo brasileiro tiver essa confiança, o projeto segue adiante [...] Essa jornada começa agora com a filiação. Estamos abertos para colocar o Brasil nos trilhos. Vai muito além do combate à corrupção. Precisamos nos tornar o país do futuro finalmente. Estou, sim, preparado”, disse Sergio Moro em entrevista ao programa Conversa com Bial, na madrugada desta quarta-feira (17).

Pedro Bial chegou a citar uma entrevista, concedida em 2016 ao Estadão, na qual o então juiz disse que jamais seria candidato e que era um “homem de justiça”. Moro afirmou que o momento era diferente e que à época ele estava focado em realizar seu trabalho. “Naquele momento, o que vimos foi um Brasil vencendo a corrupção. Estávamos virando o jogo. Estava focado no meu trabalho e acreditava que o jogo iria virar. [...] No entanto, em 2018, tive a oportunidade de virar ministro da Justiça e encarava como missão por um propósito maior. Porém, quando o governo boicotou o projeto de combate à corrupção, ou a adotar um comportamento. Assim, em vez de coibir, interferir, [preferi] sair do governo. Estávamos perdendo o que construímos a duras penas na Operação Lava-Jato”, afirmou.

Mesmo assim, o ex-ministro ite que pode não encabeçar a chapa. “Nunca tive a ambição de cargo político. Existem outros nomes que têm se habilitado para fugir dos extremos. Então, se tiverem outras lideranças, não tem nenhum problema de conversarmos. Temos que ter o desprendimento necessário para nos unirmos em algum momento”, frisou.

Crítico de Guedes para a economia
 
Doutor em economia e ex-presidente do Banco Central ao final da Ditadura Militar, Affonso Celso Pastore é um dos nomes próximos, no "projeto que ainda está sendo construído", revelados pelo novo político. Moro afirmou que mantém articulações em bastidor, em especial nas questões econômicas.

“O problema é que esse projeto ainda está sendo construído e, a partir do momento em que se revelam nomes, as pessoas ficam sob uma pressão terrível. Eu vou revelar um, e vou pedir escusas para não revelar outros: no nível macroeconômico quem tem me ajudado é um economista de renome, um dos melhores nomes do país, alguém que eu conheço há muito tempo, que é o Affonso Celso Pastore".

Correio  Brasiliense

Aras pede para ouvir 3 ministros e perícia em celular de Sergio Moro

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4.5.20

Daniel Adjuto
Por Daniel Adjuto, CNN  
04 de Maio de 2020 às 16:14 | Atualizado 04 de Maio de 2020 às 16:31
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao ministro Celso de Mello, do STF, que a Polícia Federal tome, em cinco dias, o depoimento dos ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e Braga Netto, da Casa Civil. 

Além deles, Aras quer que a PF ouça a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e seis delegados: Maurício Valeixo, Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo Teixeira e Alexandre Ramagem.
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro Sergio Moro citou todos os elencados por Aras. Eles deverão falar sobre “eventual patrocínio, direto ou indireto, de interesses privados do presidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes”.

Augusto Aras também solicitou ao Supremo Tribunal Federal o vídeo de uma reunião realizada no dia 22 de abril no Palácio do Planalto entre ministros, o presidente Jair Bolsonaro e presidentes de bancos. Nesta reunião, o presidente teria ameaçado demitir Sergio Moro, até então ministro da Justiça.

O procurador-geral da República também quer esclarecer quem assinou a exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da PF. No último dia 23, o Diário Oficial da União trazia as s digitais de Moro e Bolsonaro. O ex-ministro disse não ter assinado a exoneração. 

A Polícia Federal, por meio do Setor Técnico-Científico, deverá ainda realizar a perícia no celular de Sergio Moro e elaborar um relatório analítico das mensagens de texto e áudio, além de imagens e vídeos.

O ministro Celso de Mello é o relator do pedido de abertura de inquérito feito pelo procurador-geral da República para investigar as acusações feitas pelo agora ex-ministro Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro sobre interferência na Polícia Federal.

DEPOIMENTO E PROVAS: ‘Depoimento foi longo, mas tranquilo’, diz Moro Após depoimento, ex-ministro disse que apresentou provas sobre suas acusações

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3.5.20

‘Depoimento foi longo, mas tranquilo’, diz Moro
Após depoimento, ex-ministro disse que apresentou provas sobre suas acusações

Da Veja

O ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro prestou um longo depoimento na tarde deste sábado, 2, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba e, após cerca de nove horas, disse a interlocutores que “fez um relato histórico de uma série de situações” envolvendo sua relação de trabalho com o presidente Jair Bolsonaro. “O depoimento foi longo, mas tranquilo”, declarou o ex-juiz da Lava-Jato. Sergio Moro informou que apresentou muitas provas que embasariam as acusações de que o presidente tentava interferir politicamente em órgãos de investigação, mas afirmou que o conteúdo completo de seus esclarecimentos virá à tona apenas quando o ministro Celso de Mello, relator do inquérito que trata das acusações de Moro no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar o levantamento do sigilo de suas declarações.

“Foi um depoimento longo, mas tranquilo. Fiz um relato histórico de uma série de situações”, resumiu Moro, segundo relatos obtidos por VEJA. No depoimento à Polícia Federal, ele apresentou provas e detalhou casos, como o pedido de Bolsonaro para trocar o comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro, classificado por ele como um exemplo de tentativa da interferência presidencial em órgãos de investigação. Em entrevista publicada na última edição de VEJA, Moro afirmou que apresentaria evidências de como o governo Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal, disse que começou a detectar há tempos que a istração federal não tinha o compromisso real de combate à corrupção e declarou que não aceitava ser chamado de “mentiroso”. Neste domingo, mais cedo, afirmou, nas redes sociais: “há lealdades maiores do que as pessoais”.
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Confira outros trechos da entrevista concedida pelo ex-ministro da Justiça a VEJA.


O senhor disse ter pedido uma pensão à sua família caso ‘algo acontecesse’ com o senhor no governo. Vincular a aceitação de um cargo a um benefício não é corrupção? É engraçado algumas pessoas falaram que seria um crime da minha parte, o crime de corrupção. O que externei ao presidente foi um desejo de que, se algo me acontecesse durante a gestão, como eu tinha perdido a pensão, que minha família não ficasse desamparada. Certamente teria de ser analisado juridicamente a viabilidade disso e a aprovação através de uma lei. Isso já aconteceu no ado em relação a outras figuras.
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Seria um pedido para sua família receber uma pensão caso o senhor fosse assassinado? Não existe nada de impróprio nesse tipo de solicitação. É evidente que é o tipo de solicitação que eu nunca queria que fosse cumprida, mas eu também não queria deixar, tendo me exposto assim, a minha família desamparada. A condição para a pensão ser paga seria a minha morte. A possibilidade de pensão foi comentada com o presidente e com o general Heleno [Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional]. Não foi uma coisa colocada no papel ou discutida tão profundamente.

Não é corrupção iva privilegiada? Isso é um delírio. Se fosse acontecer, seria uma proposta de lei, após a minha morte, submetida ao Congresso para ser decidida. Não tem nada de ilegal nisso, até porque teria de vir na forma de lei. Não é uma solicitação de vantagem indevida por eu ser assassinado. Ridículo.

Em agosto do ano ado, o presidente anunciou que iria trocar o comando da Superintendência da PF no Rio. O episódio foi a primeira ingerência de Bolsonaro ou houve outros antes? De interferência na Polícia Federal sim, foi o primeiro. Houve uma solicitação do presidente para a substituição do superintendente do Rio de Janeiro. Entendi que essa solicitação não era correta. No entanto, em contato com o superintendente, ele manifestou desejo de sair por razões pessoais, que eram até pretéritas a essa solicitação [do presidente]. Nessa perspectiva, eu e o diretor Valeixo construímos uma solução para o superintendente sair e providenciamos um substituto técnico.
O embate entre o senhor e a PF na ocasião incluiu a possibilidade de toda a direção da polícia sair? O pessoal se equivoca. Não é uma disputa entre o presidente e o ministro. Eu não escolhi nenhum superintendente da Polícia Federal. Escolhi um delegado para ser o diretor da Polícia Federal, que é o Maurício Valeixo, e ele teve a liberdade de escolher todos os outros superintendentes. Eu não interferi em nenhum momento. Acho isso inapropriado. O presidente afirmou publicamente que ele tinha determinado tirar o superintendente por questões de produtividade. A direção da Polícia Federal emitiu uma nota de que isso não correspondia à realidade, o presidente entendeu que isso era um confronto com ele e ameaçou publicamente demitir toda a diretoria. Nós conseguimos contornar isso com diálogo.
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Se Bolsonaro interferiu, como o senhor diz, por que só pediu demissão oito meses depois? Por que eu não me demiti? Quero ser construtivo, não quero ser destrutivo. O que foi acertado com o presidente era que o substituto seria uma escolha da Polícia Federal. O presidente então deu uma declaração pública de que ele tinha escolhido o novo superintendente, o que gerou um novo problema dentro da Polícia Federal. Nós conseguimos fazer que o presidente refluísse e depois assumir o nome indicado pela própria Polícia Federal. O episódio, embora desgastante e inapropriado, conseguiu ser resolvido de uma maneira técnica.

Qual foi o motivo real do presidente para trocar o superintendente? Acho que temos isso, se for o caso, no processo. Me reservo a informar o motivo quando foi instado [pela Justiça].

O senador Flávio Bolsonaro é investigado por suspeitas de ter participado de um esquema de rachadinha quando era deputado estadual no Rio. A investigação está com a Polícia Civil, mas o senhor foi cobrado a defender o senador publicamente? Não. E nem é papel do ministro da Justiça.

Voltando à PF, o senhor diz que não houve interferência sua nos trabalhos de investigação. Importante destacar, enquanto eu estive no Ministério da Justiça e da Segurança Pública, que a Polícia Federal realizou seu trabalho de maneira republicana, sem qualquer interferência indevida da minha parte. Minha compreensão era a de que é importante evitar qualquer espécie de interferência. Nunca interferi na PF. Acho inapropriado.
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O ministro Alexandre de Moraes suspendeu a posse do novo diretor-geral da PF, Alexandre Ramagem, e disse que a indicação fere o princípio da impessoalidade. Não vou comentar.


Moro presta depoimento à Polícia Federal neste sábado

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2.5.20

Diario de Pernambuco  Foto: Nelson Almeida/AFP
O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, vai prestar depoimento neste sábado (2) na Polícia Federal, em Curitiba (PR). Moro será questionado sobre as acusações direcionadas ao presidente Jair Bolsonaro, feitas quando anunciou sua saída do governo, há uma semana.
O depoimento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, que preside a investigação. Celso de Mello determinou que Moro fosse ouvido em 5 dias, atendendo a pedido de parlamentares como o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES). O prazo anterior dado pelo ministro era de 60 dias.
O inquérito foi autorizado pelo STF e vai investigar a veracidade das acusações feitas por Moro. Sendo falsas, o ex-ministro poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.
Acusações feitas
O ex-ministro Sergio Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro interferiu politicamente nas ações da PF. Ao Jornal Nacional, o juiz revelou mensagens trocadas, nas quais a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) tenta convencer Moro a permanecer no cargo, em meio à polêmica envolvendo a troca de comando da Polícia Federal.

A parlamentar se ofereceu para tentar convencer o presidente da República a indicá-lo para uma vaga de ministro do STF. Moro deixou o governo após Bolsonaro ter demitido o delegado Maurício Valeixo do comando da PF.

O Ministro Sérgio Moro pede demissão do governo Bolsonaro

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24.4.20

Moro convocou um pronunciamento no Ministério da Justiça; fontes confirmam o pedido
Sergio Moro em entrevista coletiva, em Brasília Adriano Machado/Reuters
Veja
O ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro anunciou nesta sexta-feira, 24, sua saída do governo Jair Bolsonaro. Moro convocou um pronunciamento para as 11 horas no Ministério da Justiça, quando oficializou seu desembarque do governo. “Me foi prometida carta branca”, disse ele, que afirmou concordar com saída de Maurício Valeixo da diretoria da Polícia Federal e de outras trocas na cúpula, contanto que houvesse motivos consistentes. “Não são aceitáveis indicações políticas na PF”, afirmou, que analisou que o presidente realmente o queria fora do cargo.

Acossado por teorias de que pode ser traído a qualquer momento por seus auxiliares, Jair Bolsonaro costuma dizer que nenhum ministro é insubstituível. No início do mês, no auge do esgarçamento da relação com o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o presidente afirmou que usaria a caneta para a demissão de subordinados que estavam “se achando” e tinham “virado estrelas”. O recado da ocasião tinha destinatário certeiro, mas não perdeu a validade. Pela lógica da ala ideológica bolsonarista, se o governo sobreviveu à queda de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, também poderia dar seguimento a um antigo desejo do presidente, o de trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.

Carta ao Leitor: Oportunidade perdida
Sergio Moro reúne-se com o presidente Bolsonaro todas as quintas-feiras. Na última delas, 23, recebeu do presidente a informação de que Valeixo seria substituído. Mais popular ministro do governo, Moro, a quem a PF é subordinada, não gostou do que ouviu e, conforme revelou VEJA, afirmou que “se Valeixo sair, eu saio”. Diante da reação do chefe da Justiça, Bolsonaro não recuou da intenção de trocar o comando da PF. Horas depois, a exoneração de Valeixo foi publicada no Diário Oficial da União.

O comunicado sobre a troca de comando na PF não foi a primeira vez que Bolsonaro tentou se livrar do braço direito do ministro – no ano ado, dois delegados, o atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem e o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, deflagraram uma guerra de bastidores para ocupar nacos do arco de influência de Moro. Com o apoio de deputados da chamada bancada da bala, Torres chegou a se reunir individualmente com Bolsonaro para tentar convencê-lo a cindir a pasta de Moro em duas: a da Justiça de cunho eminentemente istrativo e que poderia ficar com o ex-juiz da Lava-Jato, e a da Segurança Pública, o braço operacional do ministério responsável por operações policiais, investigações e recuperação de dinheiro desviado, todas áreas de atuação de Moro quando magistrado, mas que não deveriam ficar com o ex-juiz. O atual chefe da Abin conta com o apoio ir do vereador Carlos Bolsonaro, o filho Zero Dois e o mais influente da primeira-família em processos de convencimento do pai.
O episódio acabou abortado em boa parte por intervenção do general Augusto Heleno. Na quinta, 23, generais voltaram a tentar sensibilizar o presidente a não comprar briga com Sergio Moro. A avaliação deles era a de que Moro ainda é a personificação da Lava-Jato e sua demissão levaria o governo a perder a bandeira do combate à corrupção. Nos bastidores, a cada vez que Moro é perguntado sobre a ingerência que Maurício Valeixo teria nas investigações da Polícia Federal, ele se remete às antigas istrações da PF e conclui que, a despeito de movimentos de ministros petistas para barrar o avanço da Operação Lava-Jato, policiais federais tiveram autonomia para tocar investigações.

As movimentações para trocar o comando da Polícia Federal e, por tabela, desgastar o ministro Sergio Moro ocorreram no momento em que acaba de ser aberto inquérito para investigar de quem partiu o financiamento do ato antidemocrático de domingo, 19, quando o presidente Bolsonaro discursou para manifestantes que pediam a volta da ditadura. As investigações do inquérito, incluindo contra dois parlamentares apontados como suspeitos pelo procurador-geral Augusto Aras, serão tocadas pela Polícia Federal, que hoje está no centro do tiroteio entre o presidente e o ministro.
A investida de Bolsonaro contra Moro também coincide com a decisão do presidente Bolsonaro de fazer acenos a parlamentares do chamado Centrão, que reúne partidos como o PL, um dos protagonistas do mensalão, e o PP, legenda mais implicada na Lava-Jato. A aproximação do Executivo com as siglas pilhadas em escândalos de corrupção ocorre como parte de uma tentativa de desgastar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que tem protagonizado no Congresso a aprovação de medidas de combate ao novo coronavírus.

No auge das negociações na quinta-feira para a permanência de Moro no governo, um ministro ironizava a demissão iminente: “Moro vai ter direito aos 600 reais enquanto durar a pandemia?”

AROEIRAS PB: Sérgio Moro comemora em rede Social o sucesso da operação da Polícia Federal que investiga superfaturamento em compras de livros

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23.4.20

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, comemorou através das redes sociais, a operação Alquimia encabeçada pela a Polícia Federal, que teve o objetivo de combater desvio de recursos públicos por meio de fraude em licitações na Prefeitura de Aroeiras. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão na residência da pessoa investigada, em uma empresa e na sede da Prefeitura.

Sergio Moro publicou dizendo que ‘A operação realizada foi sobre possíveis desvios do emprego de recursos destinados ao combate do novo coronavírus.” Disse.





Jornalista Glenn Greenwald revela que “o mais bombástico ainda será publicado”

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27.7.19

Atingido em cheio pelas revelações, o ministro Sérgio Moro (Justiça) publicou uma portaria que pode resultar na deportação do jornalista.
Greenwald ficou conhecido internacionalmente em 2013, quando divulgou em parceria com Edward Snowden a existência dos programas secretos de vigilância global dos Estados Unidos, efetuados pela sua Agência de Segurança Nacional (NSA). (Foto: Reprodução)
O jornalista Glenn Greenwald revelou durante entrevista ao site Metrópoles (DF) nesta sexta-feira (26) que, "os materiais mais bombásticos e importantes ainda não foram publicados, mas logo serão", em relação sobre a série de reportagens do site Intercept Brasil que revela irregularidades da Lava Jato; "Tem muitas revelações graves" 

"Tem muitas revelações graves. Essas seis semanas que começamos a publicar foram muito pouco tempo para um acervo deste tamanho. Então, com certeza, vai ter muito mais revelações graves no futuro", acrescentou ele durante entrevista ao site Metrópoles (DF).

Atingido em cheio pelas revelações, o ministro Sérgio Moro (Justiça) publicou uma portaria que pode resultar na deportação do jornalista. "Esta Portaria regula o impedimento de ingresso, a repatriação, a deportação sumária, a redução ou cancelamento do prazo de estada de pessoa perigosa para a segurança do Brasil ou de pessoa que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal", diz o texto(veja aqui).

Greenwald ficou conhecido internacionalmente em 2013, quando divulgou em parceria com Edward Snowden a existência dos programas secretos de vigilância global dos Estados Unidos, efetuados pela sua Agência de Segurança Nacional (NSA). O jornalista comparou este caso com as reportagens do Intercept sobre a Lava Jato.

"Uma diferença é que o material do Snowden era sobre segurança nacional. Então, por um lado foi um pouco mais sensível, porque com materiais e segredos sobre segurança nacional você pode errar e acabar publicando algo que deixa alguém em perigo sério, perigo de morte. Então, por um lado é mais perigoso. Mas, por outro, o material que estamos trabalhando agora é sobre as pessoas mais poderosas deste país que já mostraram que quebrariam qualquer lei ou código de ética para realizar seus fins. Então, eu acho que a reportagem que estamos fazendo, neste caso, é mais perigosa, com mais risco, que a reportagem que fizemos, pelo fato de a matéria ser sobre o governo atual", disse.

"Durante a época do Snowden, eu estava no Brasil ou na Alemanha reportando sobre outros governos, com distância. Mas, agora, as pessoas que estamos revelando, divulgando, denunciando, são muito mais próximas e têm mais controle sobre nós. Então, o material é mais perigoso", continuou.


Partido apresenta notícia crime e pede prisão de Moro por o a inquérito

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Correio Braziliense
Foto: Wallace Martins/Esp. CB/D.A Press
O PT apresentou uma comunicação de crime contra o ministro da Justiça, Sérgio Moro, nesta sexta-feira (26). No documento, enviado à Procuradoria Geral da República (PGR), a legenda alega que Moro cometeu crime ao ar inquérito que corre sob sigilo na Polícia Federal.
Na peça, assinada pela presidente da sigla, Gleisi Hoffmann e pelo deputado Paulo Pimenta, o partido destaca que Moro informou alvos de hackeamento que eles tiveram os celulares invadidos, o que indica que ele teve o a investigação, mesmo sem ser parte no caso.

"Inicialmente, cumpre destacar o espantoso fato de o Ministro da Justiça ter o a dados de uma investigação sigilosa recém-
instaurada pela Polícia Federal", destaca um trecho do documento.

Os autores alegam ainda que Moro afirmou ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Otávio Noronha, que destruiria diálogos apreendidos com hackers. O PT pede, no documento enviado à PGR, a prisão de Sérgio Moro e o afastamento do cargo público.

Em entrevista ao Correio, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), informou que apenas a Justiça poderia autorizar a inutilização de qualquer prova apreendida na operação policial. A PF informou que o material apreendido será preservado. 

Material hackeado será 'preservado' até definição da Justiça, afirma Polícia Federal

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26.7.19

Segundo a PF, "caberá à justiça, em momento oportuno, definir o destino do material, sendo a destruição uma das opções"
Ministro Sergio Moro defende que mensagens sejam 'descartadas' para preservar intimidade das pessoas
Agência Brasil
Estadão Conteúdo

A Polícia Federal afirmou, nesta quinta-feira (25), que "as investigações que culminaram com a deflagração da Operação Spoofing não têm como objeto a análise das mensagens supostamente subtraídas de celulares invadidos". "O conteúdo de quaisquer mensagens que venham a ser localizadas no material apreendido será preservado, pois faz parte de diálogos privados, obtidos por meio ilegal", diz.

"Caberá à justiça, em momento oportuno, definir o destino do material, sendo a destruição uma das opções", afirma.
A interlocutores, o ministro da Justiça, Sergio Moro, tem defendido que o material não seja submetido à análise dos investigadores para que não haja nova violação de intimidade dos alvos dos hackers.

Sergio Moro também tem ponderado a pessoas próximas que o destino do conteúdo depende da análise de um juiz responsável pela investigação - no caso, Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal, que decretou a prisão de 4 suspeitos de envolvimento com os ataques.
Reação no Supremo
Após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, informar a pelo menos um dos alvos do suposto grupo hacker que o material particular obtido seria descartado, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que uma eventual destruição deve ser analisada pelo poder Judiciário, e não por um órgão istrativo.

"Isso aí é prova de qualquer forma. Tem que marchar com muita cautela. O ideal seria ter o crivo realmente de um órgão do Judiciário. E não simplesmente decidir no campo istrativo que poderá haver destruição de provas", disse o ministro à reportagem.

Comunicado
Mais cedo, nesta quinta, 25, o ministro do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, afirmou que "o ministro Moro informou durante a ligação que o material obtido vai ser descartado para não devassar a intimidade de ninguém".

"As investigações sobre o caso são de responsabilidade da Polícia Federal, a quem cabe responder sobre o caso", diz.

O ministro ainda disse. "O ministro do STJ disse que está tranquilo porque não tem nada a esconder e que pouco utilizava o Telegram".

Pesquisa Datafolha indica que 58% consideram inadequadas as conversas de Moro

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7.7.19

Pesquisa foi publicada neste sábado (6)
Vazamento de conversas do ministro começaram em junho deste ano / AFP

AFP
Estadão Conteúdo

Pesquisa feita pelo Datafolha e publicada neste sábado (6), aponta que 58% dos brasileiros consideraram inadequadas as supostas conversas vazadas entre Sérgio Moro, então juiz da Operação Lava Jato, e procuradores da força-tarefa. Já os que viram as mensagens como adequadas são 31%. Os que não souberam opinar representam 11% dos entrevistados.

Apesar disso, 55% dos entrevistados não acham que Moro deveria deixar o cargo de ministro da Justiça, posto que assumiu no início deste ano após convite do presidente Jair Bolsonaro, que venceu eleição no ano ado derrotando no segundo turno o petista Fernando Haddad, apoiado pelo ex-presidente Lula. Outros 38% concordam que Moro deveria renunciar. Os que não sabem são 7%. A avaliação de Moro como ministro caiu de 59% em abril para 52% nesta pesquisa.

Segundo os dados divulgados em reportagem do jornal Folha de S.Paulo, quanto menor a faixa de renda dos entrevistados, maior o índice de reprovação às conversas. Os mais jovens também são os que mais reprovam as mensagens vazadas. Por região, a rejeição é maior no Nordeste (56%), seguido por Centro-Oeste e Norte (44%), Sudeste (35%) e Sul (33%).

O levantamento indica também que, se as conversas forem comprovadas, 59% das pessoas concordam que o conteúdo é grave e as decisões de Moro como juiz dos casos da operação devem ser revistas. Outros 30% acreditam que as conversas não têm importância diante dos resultados da Lava Jato no combate à corrupção, enquanto 11% não souberam opinar.



Contudo, a maioria dos brasileiros (54%) é a favor da punição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por corrupção iva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, que faz parte dos processos da Lava Jato. A prisão é vista como injusta por 40%. Os que não souberam opinar são 6%.

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Vazamento
As supostas conversas têm sido vazadas em uma série de reportagens produzidas pelo site The Intercept Brasil, do jornalista Glenn Greenwald, que se tornou conhecido internacionalmente por reportagens sobre o programa global de espionagem do governo norte-americano.

Nas mensagens, Moro teria orientado o trabalho dos procuradores da Lava Jato, indicando um conluio entre juiz e acusação. Moro nega o conluio e afirma não ter como confirmar a autenticidade das mensagens, por não se lembrar de conversas ocorridas há anos e porque, mesmo que sejam verdadeiras, já teriam sido apagadas.

Bolsonaro tem dado apoio a Moro e disse nesta sexta-feira, 5, que pretende assistir no domingo à final da Copa América, entre Brasil e Peru, no Maracanã, ao lado do titular da Justiça e Segurança Pública. "E o povo vai dizer se nós estamos certos ou não", disse o presidente.

Chamado de "ladrão". Depoimento de Moro na Câmara acaba em tumulto

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3.7.19


Por: Agência Estado
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O depoimento do ministro da Justiça, Sérgio Moro, à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara terminou nesta terça-feira, 2, em tumulto. Após quase oito horas de sabatina, a sessão foi encerrada depois que o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) chamou Moro de "juiz ladrão" e "o mais corrupto da história do Brasil". Cercado por seguranças e deputados do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, Moro deixou a sala da CCJ por uma porta lateral sob gritos de "fujão" entoados por petistas.

A confusão pôs fim a uma audiência que já havia se transformado em uma arena de embates entre deputados da oposição e o ex-juiz da Lava Jato. Protegido por bolsonaristas, mas sem contar com a mesma "blindagem" que teve quando foi ao Senado, há duas semanas Moro se irritou com perguntas, usou de ironia nas respostas, partiu para a ofensiva e afirmou que acompanha como "vítima" as investigações da Polícia Federal sobre a troca de mensagens atribuídas a ele com procuradores da Lava Jato. Os diálogos foram divulgados pelo site The Intercept Brasil.
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"O senhor vai entrar, sim, nos livros de História como um juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão. A população não vai aceitar como fato consumado um juiz que ganhou uma recompensa por fazer com que a democracia brasileira fosse atingida. É o que o senhor é: um juiz corrupto. O mais corrupto da história do Brasil", disse Braga.

Durante o bate-boca, parlamentares do PSL, em pé, também começaram a gritar "ladrão" para colegas da oposição que assistiam à cena. "Acho que prestei informações, respondi, houve até alguns ataques. No final, um deputado absolutamente despreparado, que não guarda o decoro parlamentar, fez uma agressão, umas ofensas inaceitáveis", afirmou o ministro a jornalistas. "Moro me chamar de desqualificado, para mim, é um elogio", rebateu o deputado.

Convidado para explicar diálogos publicados pelo The Intercept Brasil, o ministro disse não reconhecer a autenticidade das conversas com o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Delton Dallagnol, e outros procuradores e classificou como "revanchismo" as críticas recebidas. "Há uma tentativa criminosa de invalidar condenações", insistiu ele. "Se, durante as investigações da Lava Jato, eu tivesse deixado a corrupção florescer, não sofreria esses ataques. Qual foi a mensagem que revela que tem inocente condenado? Que inocentes?", provocou.

'Balão vazio'

Desde o início da audiência, a oposição se revezou nos ataques e o clima esquentou, com ásperas discussões entre deputados. Dois dias depois das manifestações de rua em apoio à Lava Jato, porém o ministro parecia mais seguro. "Se as minhas mensagens não foram adulteradas, não tem nada ali, nada. É um balão vazio cheio de nada", comparou.

Irônico, Moro chegou a dizer que se fala muito da anulação do processo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - preso desde abril do ano ado -, mas também é preciso perguntar se alguém defende o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. "Precisamos de defensores destas pessoas. Que elas sejam colocadas imediatamente em liberdade, já que foram condenadas pelos malvados procuradores da Lava Jato, pelos desonestos policiais e pelo juiz parcial", disse Moro.

Houve gritos e dedos em riste na sala da CCJ. "Dispenso a ironia!", protestou a deputada Maria do Rosário (PT-RS). O ministro mexia nos papéis e desviava o olhar, quando questionado pela oposição. "Eu gostaria que o senhor me olhasse nos olhos. Desconfiem de quem baixa a cabeça!", afirmou a petista.

Na tentativa de provocar os adversários, deputados do PSL levantavam folhas de papel sulfite com apelidos dados por diretores da Odebrecht a políticos do PT beneficiados com recursos nas campanhas. Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) comandava a tropa, segurando "placas" com as inscrições "Solução" - apelido atribuído a Maria do Rosário - e "Montanha", alcunha dada ao deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Os petistas, por sua vez, empunhavam cartazes com a reprodução do PowerPoint que virou piada nas redes, usado pelo Ministério Público Federal para condenar Lula.

Moro demonstrou impaciência com deputados do PT, do PSOL e da Rede, que cobraram seu afastamento do cargo, e deixou sem resposta algumas perguntas como, por exemplo, se a PF pediu ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que investigasse movimentações feitas pelo jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, conforme publicado pelo site O Antagonista.

O ministro reagiu com nervosismo ao ser questionado pela deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, se tinha contas no exterior. "Se alguém tem algum elemento contra mim, que apresente. Não sou eu investigado por corrupção", respondeu Moro em referência às apurações da Lava Jato contra Gleisi. O deputado Boca Aberta (PROS-PR) deu um troféu para o ministro e afirmou que a taça simbolizava o combate à corrupção.

'Escolinha do Professor Raimundo'

"Isso aqui parece a Escolinha do Professor Raimundo", reclamou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Felipe Francischini (PSL-PR), aos deputados que a todo momento interrompiam a audiência do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Os "alunos" eram deputados que se provocavam durante a "aula", com direito até a "gemidão" do WhatsApp no meio de uma pergunta.

Entre os "travessos" estavam, do lado governista, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o líder do PSL, Delegado Waldir (GO). Na oposição, os petistas Paulo Pimenta (RS) e Zeca Dirceu (PR). Dirceu bateu boca com Éder Mauro (PSD-PA), que sentou em seu lugar. Francischini interveio. "Imagina se eu ainda precisar ficar cuidando do lugar de quem foi ao banheiro", disse o relator, completando com o bordão do icônico personagem de Chico Anysio: "E o salário, ó!" 

Moro ite saída se irregularidade for provada

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20.6.19

Em 9 horas no Senado, Moro minimiza crise e ite sair se for provada irregularidade
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Em depoimento de quase nove horas no Senado para explicar a troca de mensagens vazadas com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato, o ministro Sergio Moro (Justiça) itiu nesta quarta-feira (19) a possibilidade de deixar o posto no governo Jair Bolsonaro (PSL) caso sejam apontadas irregularidades em sua conduta.

"Eu não tenho nenhum apego pelo cargo em si. Apresente tudo. Vamos submeter isso, então, ao escrutínio público. E, se houver ali irregularidade da minha parte, eu saio. Mas não houve. Por quê? Porque eu sempre agi com base na lei e de maneira imparcial", disse.

Na audiência, Moro afirmou aos senadores estar "tranquilo" e que, se for divulgada pelo site The Intercept Brasil a íntegra das mensagens, "sem adulteração e sem sensacionalismo", "essa correção vai ser observada". Ele chamou o site de "aliado" de hackers.

O ministro prestou esclarecimentos à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Ao final da audiência, só havia no plenário parlamentares alinhados à agenda de Moro -e senadores posaram para fotos ao lado do ministro.

"Acho que o objetivo maior desta comissão foi alcançado, que é, senão encontrar a verdade, porque cada um tem a sua opinião sobre ela, tentar buscar a Justiça e a verdade. E o fizemos através de um diálogo franco, aberto, equilibrado, democrático, em que soubemos falar, mas principalmente soubemos ouvir", disse a presidente da comissão, Simone Tebet (MDB-MS). Para oposicionistas, Moro acabou submetido a uma sessão amena, com questionamentos sutis da maioria.

A fala de Moro sobre eventual saída do cargo foi em resposta ao senador Jaques Wagner (PT-BA), que questionou a garantia de isenção em possíveis investigações sobre seu papel como juiz da Lava Jato -a Polícia Federal está subordinada ao Ministério da Justiça.

Durante evento em Guaratinguetá (interior de SP), Bolsonaro comentou as declarações de seu ministro e disse que não viu "nada de anormal até agora" nas mensagens relevadas pelo Intercept.

"Eu também não tenho apego ao meu cargo", disse Bolsonaro, que depois acrescentou: "Qualquer ministro é livre para fazer o que bem entender. O Sergio Moro é um patrimônio nacional, não é do presidente da República".

No Senado, Moro afirmou que a crise envolvendo a divulgação das mensagens não é um problema de governo e que tem recebido apoio de Bolsonaro. "Estou no governo e acaba havendo esta transferência."

Na sessão, Moro travou embates com senadores petistas e afirmou ainda ser alvo de um ataque hacker que mira as instituições e que tem como objetivo anular condenações por corrupção.

Moro se ofereceu para ir à CCJ para esfriar a coleta de s para a criação de uma I para investigá-lo.
Nas conversas publicadas pelo site, o ex-juiz sugere ao Ministério Público Federal trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobra a realização de novas operações, dá conselhos e pistas, antecipa ao menos uma decisão judicial e propõe aos procuradores uma ação contra o que chamou de "showzinho" da defesa do ex-presidente Lula.

Filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou que o governo "nunca cogitou" tirar Moro do cargo. "Isso só a na cabeça de quem não tem nada na cabeça", disse à Folha.

No Senado, o ministro tentou reforçar o discurso de que a crise esperada com a divulgação das conversas não prosperou, já que, para ele, os diálogos não mostram nada mais que a atividade normal de um juiz.

Ele citou diversas vezes artigo de Matthew Stephenson, professor de direito em Harvard, cujo título é "O Incrível Escândalo que Encolheu? Novas Reflexões sobre o Vazamento da Lava Jato".

O texto, publicado no blog Global Anticorruption, Stephenson elenca motivos pelos quais mudou de opinião sobre a série de reportagens.

Ao longo de seu depoimento, Moro repetiu diversas vezes não poder confirmar a veracidade das mensagens, mas relativizou algumas delas, como a que cita o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal. O ministro disse não ver problema na mensagem "in Fux we trust" (em Fux confiamos).

"Posso ter mandado. Qual o problema de uma mensagem assim? Eu confio no Supremo, confio na instituição", afirmou. Mais tarde, disse: "É algo que posso ter dito, mas não posso afirmar com convicção que, eu tendo dito, foram com aquelas palavras".
Moro também negou haver qualquer acordo com o presidente Bolsonaro para que ele seja indicado ministro do STF.

"Essa história de vaga no Supremo é uma fantasia. Nunca me prometeu nada. Isso tem que ser discutido lá na frente. Não sei se vou querer, não sei se ele vai me oferecer", disse.
No Senado, Moro disse que "as vivandeiras da nulidade" querem a anulação completa da Lava Jato, o que seria, segundo ele, "o sonho de consumo de muita gente que se envolveu na prática destes crimes".

O ministro foi alvo de provocações, como quando o senador Otto Alencar (PSD-BA) disse que era exigir demais que Moro se lembrasse das conversas. "Não exijam muito da memória do ministro. Ele tem péssima memória."

Em um tom duro, o senador Cid Gomes (PDT-CE) disse que Moro, enquanto juiz da Lava Jato, tinha postura "de querer aparecer, se colocar como salvador da pátria".

Renan Calheiros (MDB-AL) lançou provocações a Moro e disse que não o prejulgaria. "Defendo sua presunção de inocência, o direito de defesa e acho, mais do que isso, que o senhor não está obrigado a responder sobre questões concretas destes vazamentos. Mas são coisas graves."

O ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, se posicionou contra investigações sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; Diz Site

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19.6.19

Moro disse a Deltan temer que investigação melindrasse FHC, afirma site
Site The Intercept Brasil divulga mais mensagens entre o Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol

Por: Folha PE

Foto: Valter Campanato e José Cruz/Agência Brasil
O ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, se posicionou contra investigações sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na Lava Jato por temer que elas afetassem "alguém cujo apoio é importante", segundo mensagens divulgadas nesta terça-feira (18) pelo site The Intercept Brasil.

Em mais uma rodada de conversas divulgadas pelo site e atribuídas ao então magistrado e a integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Moro questiona o procurador Deltan Dallagnol em 2017 sobre citações a FHC na delação da Odebrecht.

O ex-juiz afirmou que uma petição, oriunda da colaboração da empreiteira, apurava relatos prescritos e "melindra" o ex-presidente, segundo o The Intercept Brasil.
A menção ao tucano na delação da Odebrecht foi enviada, na época, para análise da Justiça Federal de São Paulo pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin.

O caso não chegou a ser analisado nem no âmbito da Procuradoria da República no Paraná, cuja coordenação da Lava Jato é feita por Deltan, nem por Sergio Moro.
Nas mensagens divulgadas nesta terça pelo site, Moro pergunta a Deltan: "Tem alguma coisa mesmo séria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco", afirma. "Caixa dois de 96?", completa.

Leia também:
Intercept Brasil publica sexta parte da reportagem 'As mensagens secretas da Lava Jato' 
Sergio Moro não reconhece autenticidade de mensagens de site

Deltan responde: "Em pp [princípio] sim, o que tem é muito fraco". "Não estaria mais do que prescrito?", questiona novamente Moro. "Foi enviado para SP sem se analisar prescrição. Suponho que de propósito. Talvez para ar recado de imparcialidade", afirma Deltan.

Moro, então, comenta: "Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante." O caso de Fernando Henrique Cardoso foi enviado para São Paulo e considerado pela Polícia Federal como prescrito.

Em 2017, a Justiça Federal de São Paulo arquivou a petição contra o ex-presidente decorrente da delação de Emílio Odebrecht. Em sua decisão, o juiz Márcio Assad Guardia considerou que eventuais irregularidades teriam prescrito. "Reconheço a prescrição da pretensão punitiva estatal e declaro extinta a punibilidade do representado Fernando Henrique Cardoso dos fatos apurados nestes autos", disse o juiz na peça.

O sócio majoritário da empreiteira relatou em seu acordo de delação premiada o "pagamento de vantagens indevidas, não contabilizadas, no âmbito da campanha eleitoral de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República, nos anos de 1993 e 1997".

O tucano se elegeu presidente em 1994 e se reelegeu em 1998. O caso foi desmembrado e enviado como petição pelo ministro Edson Fachin à Justiça Federal em São Paulo, já que FHC não possui foro privilegiado. Procurado pela reportagem na noite desta terça, o ex-presidente ainda não se manifestou.
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